Jean-Baptiste Tati Loutard foi um poeta congolês, nascido em Point Noire a 15 de dezembro de 1938. Iniciou seus estudos em Brazzaville e mais tarde graduou-se em Literatura Moderna e Língua Italiana pela Universidade de Bordeaux. Estreou em livro com Poèmes de la Mer (1968), ao qual seguiram-se L’Envers du Soleil (1970), Les Normes du Temps (1974), Les Feux de la Planète (1977), Le Dialogue des Plateaux (1982), La Tradition du Songe (1985), Le Serpent austral (1992), L’Ordre des Phénomènes (1996) e Le Palmier-lyre (1998).
Em 1984, Gerald Moore e Ulli Beier incluíram poemas seus no volume The Penguin Book of Modern African Poetry, que trazia ainda poemas de seus conterrâneos Tchicaya U Tam’si (1931 - 1988) e Emmanuel Dongala (n. 1941).
Seu trabalho foi reunido no volume Oeuvres poétiques em 2007. Jean-Baptiste Tati Loutard faleceu a 4 de julho de 2009. Apresentamos abaixo uma tradução do poeta mineiro Leo Gonçalves.
Em 1984, Gerald Moore e Ulli Beier incluíram poemas seus no volume The Penguin Book of Modern African Poetry, que trazia ainda poemas de seus conterrâneos Tchicaya U Tam’si (1931 - 1988) e Emmanuel Dongala (n. 1941).
Seu trabalho foi reunido no volume Oeuvres poétiques em 2007. Jean-Baptiste Tati Loutard faleceu a 4 de julho de 2009. Apresentamos abaixo uma tradução do poeta mineiro Leo Gonçalves.
--- Ricardo Domeneck
§
POEMA DE JEAN-BAPTISTE TATI LOUTARD
Notícias de minha mãe
Me alço alto agora na árvore das estações;
Embaixo, contemplo a terra firme do passado.
Quando os campos se abriam às semeaduras,
Antes que o baobá não ofereça o ombro ao passarinhos
Ao primeiro sinal do sol,
São esses os passos que cantavam ao meu redor:
Grãos de sininhos ritmando minhas abluções.
Me alço alto agora na árvore das estações.
Saiba através desse décimo quinto dia de lua
Que são as lágrimas – até aqui –
Que coroam tua ausência,
Alegam gota a gota tua imagem
Tão pesada sobre minha pupila;
À noite em minha esteira eu velo toda encharcada de ti
Como se tu me habitasses uma segunda vez.
(tradução de Leo Gonçalves)
:
Nouvelles de ma mère
Jean-Baptiste Tati Loutard
Je suis maintenant très haut dans l’arbre des saiasons;
En bas je contemple la terre ferme du passé.
Quando les champs s’ouvraient aux semailles,
Avant que le baobab n’épaule quelques oiseaux
Au premier signal du soleil,
Ce sont tes pas qui chantaient autor de moi:
Grains de clochettes rythmant mes ablutions.
Je suis maintenant très haut dans l’arbre des saisons.
Apprends par ce quinzième jour de lune,
Que ce sont les larmes – jusqu’ici –
Qui comblent ton absence,
Allègent goutte à goutte ton image
Trop lourde sur ma pupille;
Le soir sur ma natte je veille toute trempée de toi
Comme si tu m’habitais une seconde fois.
(do livro Poèmes de la mer, 1968)
.
.
.