Pontus Ahlkvisté um poeta e jornalista sueco, nascido em Jönköping em 1987. Formado em História das Ideias e Jornalismo pela Universidade de Estocolmo e Língua e Literatura Alemãs pela Universidade de Gothenburg. Escreve sobre política para o diário sueco Aftonbladet. Pontus Ahlkvist vive e trabalha em Estocolmo.
--- Ricardo Domeneck
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POEMA DE PONTUS AHLKVIST
cordas sonoras de ventos amainando
gritos da cidade
meus heróis loucos para dançar têm lugar
e se deslocam o tempo todo
com costas retas
silenciosos campos do céu
quartos de hotel desde uma memória de infância fugaz
levemente ofegantes
a luz destino, as lanternas ou dia-fanias inventadas
um quê sem importância
respirações
se não me atrevo a dizer
se não digo nada
é uma mentira;
e um Drury´s
sonhos morrem onde pairamos, livremente
sem a providência de ninguém
indescritíveis
como lembrança
somos só nós
salmos na cabeça, paralelepípedos
abandonados nesse marasmo
para além
de uma ansiedade que teu sorriso joga longe
dados
que tu não me tocas
não, não de novo
(tradução de Marcia Sá Cavalcante Schuback. Outro poema de Pontus Ahlkvist e textos de outros poetas suecos contemporâneos estarão no 4° número impresso da Modo de Usar & Co., todos em tradução de Marcia Sá Cavalcante Schuback.
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mojnande ljudsträngar,
stadstjut
mina danssjuka hjältar äger rum
och förflyter, alltid
med raka ryggar
de tysta himmelsåkrarna
hotellrummen från ett flyende barndomsminne
små flämtande
ödeljus, lanternor eller påhittedagrar,
oviktigt vad
andningarna
vågar jag inte tala om
säger jag något alls
är det en lögn,
och ett gesöff
drömmar dör där vi hänger, fritt
under ingens försyn
obeskrivliga
som hågkomsten
är bara vi
psalmerna i huvudet, de övergivna
stentorgen i detta kavlugna
bortom
en ängslan du ler iväg,
givet,
att du inte rör mig
nej inte igen
.
.
.