Angela Carr é uma poeta canadense, nascida em 1974. Publicou Ropewalk (2006), The Rose Concordance (2009) e o mais recente Here In There (2014). Viveu muitos anos em Montreal, mas hoje vive e trabalha em Nova Iorque, onde leciona. Traduziu o livro Coït, da poeta quebequense Chantal Neveau.
Conheci Angela Carr na Eslovênia, em 2009, quando participamos do festival "Dias de Poesia e Vinho", em Liubliana e Medana. Mantivemos contato desde então. Seu livro The Rose Concordance, do qual extraí os dois poemas abaixo, é uma tradução e reorganização dos versos do Roman de la Rose, de Guillaume de Lorris (1200 - 1240). Um trabalho de que gosto muito.
Angela Carr lê esta noite em Berlim, ao lado de meu amigo Andrew Durbin, que também já traduzi aqui. Eu farei a apresentação.
--- Ricardo Domeneck
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POEMAS DE ANGELA CARR
Angela Carr lê esta noite em Berlim, ao lado de meu amigo Andrew Durbin, que também já traduzi aqui. Eu farei a apresentação.
--- Ricardo Domeneck
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POEMAS DE ANGELA CARR
da confusão crítica e ingênua
digamos que nesta fonte pré-social de mergulhos livres
eu gostaria de ingenuamente delir a nascente deiforme
fazer uma aposta criticamente ingênua
e conivente com o humanismo
da fonte pré-feminista, jorrar é essencial
a existência uma prega aromática
secreções crédulas e ricas
e agora em minhas mãos uma reunião enciclopédica
confusões tais
tal louvor a circular nas fontes criticamente carnais
teologias refugadas por dedução numa pilha ao chão
teologias refugadas por dedução colecionando atributos no chão
escolher a abjeção é uma postura de rebeldia?
é esta a substância crítica do beber?
sua arte doada como souvenir carnal?
(tradução de Ricardo Domeneck)
:
of critical and naive confusion
i’d like to naively delete the deiform source
make a critically naive and
complicitous gamble with humanism
of the prefeminist fountain, gushing is essential
existence is an aromatic crease
credulous and rich secretions
and now in my hands an encyclopaedic gathering
such confusions
such praise as circulates in critically fleshy fountains
inferentially junked theologies in a pile on the floor
inferentially junked theologies collecting attributes on the floor
choosing abjection is a stance of defiance?
is this the critical substance of drank?
your art given as fleshy keepsake?
§
do atributo
a moda deseja descobrir atributos essenciais
seu movimento como o da arqueologia
eu disse um movimento direto para baixo
não você disse que isso é escavar
você desenvolveria esta metáfora, comparando sítios arqueológicos com perfuratrizes?
meu interesse é por atributos acidentais
nem abusar acidentalmente nem hipnotizar
quando tiro minhas luvas na primavera
quando escrevo para ela em vão
e a vaidade das cidades
:
of the attribute
fashion wants to discover essential attributes
its movement like archaeology
i said one direct motion downward
no you said that’s drilling
would you develop this metaphor, comparing archeological sites with oil rigs?
my interest is in accidental attributes
neither to abuse accidentally nor to mesmerize
when i take off my gloves in spring
when i write to her in vain
and the vanity of cities
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